É preciso estimular a produção artística desde cedo Estimular a produção artística proporciona as condições para identificar marcas pessoais na hora de criar e de apreciar obras de arte

Desde muito cedo, o mundo é um campo de investigação para as crianças. Tudo vira objeto de investigação. Mole, duro, fino, grosso, macio, áspero, pequeno, grande. Os olhos e as mãos se movem rapidamente - e narizes, orelhas, cabelos, óculos, brincos, chaves e chocalhos estão entre os "alvos" prediletos. E tudo passa pela boca. Nessa fase de descoberta, cabe aos adultos sinalizar o que pode ser experimentado. Na Arte, a experimentação é fundamental e esse espírito deve ser estimulado. Sabemos que os pequenos não fazem Arte porque não têm a intenção de fazê-lo, mas o educador bem preparado pode realizar um bom trabalho. É freqüente na Educação Infantil focar os procedimentos. Ao potencializar as possibilidades de meios, suportes e ferramentas, fica mais fácil identificar marcas pessoais.


A tônica entre 1 e 2 anos é o movimento. Nessa fase, valem diversos suportes: superfícies lisas e ásperas, grandes e médias, bidimensionais e tridimensionais etc. A criançada pode pintar sobre paredes, azulejos, tecidos, plásticos... O mesmo vale para a posição: sentado, em pé, deitado, com o papel na vertical (na parede) ou na horizontal (na mesa ou na chão). Apontar as diferentes maneiras de ocupar o espaço pode contribuir para que todos se lancem em novas pesquisas.

Entre os 2 e 3 anos, os pequenos apreciam cada vez mais coordenar o prazer motor com o prazer visual, ou seja, ver o resultado de seus gestos e movimentos. Em alguns casos, eles anunciam o que vão desenhar: um super-herói, um bicho, a mãe. Isso não significa que cumprirão essa intenção. Nessa idade, o interesse está no como fazer, não no que fazer. As cores têm muitos significados e os suportes podem sugerir formas. O desenho vai se desemaranhando e a pintura passa a apresentar massas de cor separadas. O momento é de favorecer os avanços tanto em direção à figuração como à não-figuração.

Enquanto as crianças exploram, os educadores devem socializar as descobertas para que as trocas ocorram. Quando o adulto comenta o que os pequenos fazem, legitima e valoriza as conquistas, além de comunicar aos outros que eles também podem experimentar possibilidades. Os procedimentos também precisam ser considerados: ensinar desde cedo a usar a colher para comer e o pincel para pintar. Da mesma forma, a sopa serve para comer e a tinta para pintar. Nessa fase, não é bom apresentar a escova de dentes como uma ferramenta de pintura, pois a criança primeiro precisa conhecê-la em sua função original.

As propostas, na maioria das vezes, devem ser individuais, pois as crianças não trabalham em grupo, mas lado a lado. Como o processo é mais importante que o produto, está totalmente liberado fazer e desmanchar. Nem tudo precisa ser exposto, mas algumas produções podem ser colocadas em murais baixos, para revelar a importância de apreciar. As próprias crianças nos mostram como o olhar faz sentido. Hoje, a quantidade de estímulos visuais é muito grande e um modo de ajudá-las a conhecer e selecionar o que lhes interessa é criar situações de observação e conversa partindo de imagens, como reproduções de obras, fotos, vídeos, postais, slides, transparências, desenhos e pinturas infantis. Observar imagens de artistas em seus ateliês, na relação com diferentes materiais, ajuda a ampliar as referências como apreciadoras de Arte e nas produções próprias.


Marisa Szpigel é formadora de professores em Arte e coordenadora do educativo do Instituto Moreira Salles, em São Paulo

Edi 2013

Professora Eugênia de Almeida Azevedo...



EUGÊNIA DE ALMEIDA AZEVEDO

            Filha de Nelson Fernandes D’Almeida e Angelina Gonçalves D’Almeida, nasceu em 12 de dezembro de 1942, na cidade do Rio de Janeiro, onde residiu por toda sua vida. Concluiu a Escola Normal Loris Melecci em 1970 e se formou Pedagoga em 1978 na Faculdade de Filosofia de Campo Grande, com Habilitação ao Magistério em Orientação Educacional. Exercendo seu ofício de educadora por mais de 25 anos, profissão que era a sua vida. Trabalhou em diversas escolas da região entre elas a Escola Municipal Monteiro Lobato, E M Dom Bosco, E M Halfeld, E M Baltazar Lisboa, E M Von Martius e, por último, na Escola Municipal Charles Peguy.
            Foi sócia-fundadora da Associação do Bairro Magali, onde exerceu a função de secretária. Participou efetivamente das festividades junto as crianças como Dia das Crianças, Natal, etc.
            Era uma mulher com personalidade marcante, demonstrando claramente suas ideias, seus objetivos e seus sentimentos. Com um imenso coração, se doava inteiramente a quem amava. Foi um ser humano impossível de passar despercebido, que marcou sua presença na vida de muitas pessoas. Muitas vezes decepcionou-se com a natureza humana, mas nunca desistiu de acreditar nele. Ensinou, propagou e lutou pelos valores morais e éticos.
            Porém, lamentavelmente, sua vida foi ceifada em 05 de janeiro de 2000, após dois anos de luta contra o câncer, deixando saudades nos amigos, familiares e em todos os filhos (ex-alunos).
            Era casada com o servidor público, Idenil Ferreira de Azevedo e deixou os filhos Nelson Ricardo, estudante de Economia (in memorian), Gláucia (in memorian) e Fabiola, administradora.
            Sabemos que essa homenagem não a trará de volta. Mas, com certeza, manterá a nossa querida Eugenia viva, na mente de cada familiar e de cada amigo que ela deixou.